terça-feira, 8 de julho de 2008

Aonde vamos parar?

A triste e dura realidade em que vivemos

Hoje resolvi abdicar de todas minhas "colunas virtuais". Peço desculpas àqueles que acompanham "A palavra é do visitante" e "No meio da língua", mas essa desistência em publicá-los hoje tem um porquê. Aliás, não sei se tem porquê.

Nesta data o "Blog Analógico" está de luto. De luto pela morte do menino João Roberto, de apenas três anos.

No último domingo, João Roberto voltava de uma festa infantil com a mãe, a advogada Alessandra Soares, e o irmão, Vinícius, de 9 meses. Às 19h30, dois policiais faziam patrulhamento na Rua Uruguai, na Tijuca, quando avistaram quatro homens dentro de um Stilo preto em atitude suspeita. Quando o carro da PM se aproximou, o motorista acelerou.

Em poucos minutos, os suspeitos entraram na Rua Espírito Santo Cardoso, onde houve o tiroteio. Alessandra estava a 50 metros do prédio onde mora, quando percebeu a viatura atrás em alta velocidade. Ela então encostou o carro, um Palio Weekend cinza chumbo, para dar passagem. Os policiais saíram, se posicionaram atrás e dispararam com fuzis e pistolas.

Os PMs só pararam de atirar quando a mãe saiu do carro, gritando que haviam matado seu filho. O carro dos criminosos já havia deixado o local, após bater em dois veículos parados na rua.

Pouco mais de 20 horas depois de a Polícia Militar disparar mais de 15 tiros contra o carro da advogada, foi anunciada, às 16 horas de ontem, a morte cerebral do seu filho.

A polícia abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) e determinou a prisão administrativa por 72 horas dos militares. O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, pediu desculpas publicamente e assumiu a "falha". O governador, Sérgio Cabral, comentou a morte do menino e avaliou a situação como sendo um "erro fatal" a ação dos policiais militares envolvidos no confronto. Mas, e dai? De que isso vai adiantar?

Lá se foi mais uma criança. Graças à incompetência dos nossos policiais. Aonde vamos parar?

Ainda hoje, pouco depois das 17h, o menino foi enterrado aos de gritos de “justiça". João foi enterrado vestindo a roupa do Homem-Aranha, seu personagem preferido, que seria tema da sua festa de aniversário de 4 anos, no próximo dia 29.

É triste ter que acompanhar mais esse tipo de notícia. Parece que só as tragédias vendem jornais e dão audiência, mas, na realidade, essa é a realidade.

Espero que esses pedidos de "justiça" um dia sejam acatados e que não ocorram mais "erros fatais" ou "falhas".

2 comentários:

tha_ disse...

cara...os cariocas precisam fazer alguma coisa. muita gente gritando justiça, mas muito mais se lamentando e não fazendo nada além de cruzar os braços. ~:

Anônimo disse...

Justiça seja feita. Mais uma criança que se vai. Até quando? Achar não é ter certeza. Qualquer punição que esses policias tiverem será pouca. A dor de perder um filho... nada é comparado com essa dor que mesmo com tempo não acabará. Por causa da incompetência de nossos policias, ficamos assim: saímos de casa e não sabemos se vamos voltar. Infelizmente essa é a nossa polícia. É revoltante.