terça-feira, 2 de setembro de 2008

A Palavra é do Visitante

Participação: Lidiane Mague

Um mundo à parte


O carnaval, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, vai muito além dos quatro dias de intensa folia. Aliás, o desfile é a concretização de um árduo trabalho feito por grandes equipes durante um longo ano. Você duvida?

Em fevereiro, as escolas se apresentam; recebem os prêmios as que tiveram os melhores desempenhos e descem de grupo as que tiveram pontuação insatisfatória. É aí que começa o primeiro balanço para o ano seguinte: a avaliação dos resultados. Enquanto os turistas deixam o Rio e os cariocas retomam suas rotinas, o samba vive a fase do corte ou adaptação daquilo que saiu errado, e da valorização do que trouxe boa pontuação.

Geralmente com a equipe já formada, surgem as sugestões de enredo para o carnaval seguinte. Escolha feita, o próximo passo é a busca por patrocínios pesquisas e, conseqüentemente, a elaboração da sinopse do enredo. E é a partir da sinopse que nascem os sambas-enredos que vão concorrer ao brilho do espetáculo. Nessa época, o ano já está em seu oitavo mês e as quadras das escolas começam a ficar cheias de foliões que vão torcer por seus sambas preferidos. Depois de conhecido o samba vencedor de cada agremiação, as escolas iniciam seus ensaios técnicos, acompanhadas de suas baterias - que começam os ensaios pelo menos três meses antes. A emoção, então, fica cada vez mais intensa.

Agora, engana-se aquele que pensa que o mundo do samba se resume a este processo. Aliadas a todos esses eventos, estão as deliciosas feijoadas, que sempre rendem grandes apresentações e confraternização entre as agremiações e suas comunidades. Isso sem falar nas festas de premiações dos melhores do ano - uma prática que valoriza o trabalho dos profissionais do carnaval. Mas como o evento é mais que mulatas de corpos esculturais, há também troca de idéias proposta por encontros de discussão, que visam fortalecer suas raízes culturais ou melhorar as condições do que temos hoje.

Tem sempre algo acontecendo para aqueles que são apaixonados por carnaval. O gingado e a simpatia carioca, aliados à alegria das rodas de samba, deixam sempre um gostinho de quero-mais. Talvez seja por isso que o Deputado Estadual Dionísio Lins (PP) criou um projeto de carnaval de inverno - a idéia era que as escolas de samba do Grupo Especial e Grupo de Acesso se apresentassem na Marquês de Sapucaí no mês de julho, com ingressos a preços populares -, que foi vetado pelo Governador Sérgio Cabral em abril deste ano. Mas isso é outra história...







Lidiane Mague
é uma rádio-apaixonada estudante de jornalismo e editora do site Carnaval em Foco.

Um comentário:

fern.Saol disse...

Poiseh é Lidiane... o período mais triste do ano pra mim é a semana pré-carnaval.

Pois ali, é o fim de uma temporada carnavalesca. O semestre que antecede o carnaval pra mim é o melhor... escolha de enredo, escolha de samba, troca troca de profissionais. O desfile mesmo é o fim desse mundo À parte.