terça-feira, 23 de setembro de 2008

A Palavra é do Visitante

Participação: Cadu Oliveira

Exterminadores do presente


Já virou rotina. A moça do telejornal vai anunciar a morte de mais dois ou três suspeitos. E não podemos nunca cair na asneira de acreditar que o número de mortos pela polícia aqui no Rio é tão grande devido ao quadro crescente de violência. Não é verdade. Os dados comprovam que temos a polícia que mais mata no mundo. E sabemos que o Rio está longe de atingir picos extremos de violência como os infinitos exemplos de guerras internas em países africanos e ocidentais.

Enquanto falávamos de polícia e ladrão, estávamos na esfera política. Mas quando a patrulha persegue o carro da mãe para atirar e roubar a vida do filho, enfim, aí temos outra percepção. "Nem branco, nem preto: era apenas um menino". Tão inocente quanto ele, também morrem tantos e tantos suspeitos. E já virou rotina. Existe uma cultura que alimenta o extermínio e já basta! Meu filho vai crescer tendo medo de polícia e o filho dos policiais também. É preciso reformular e não aplaudir a política pública de segurança.






Cadu Oliveira é Estudante de Jornalismo e Letras, aspirante à fotógrafo e manobrista de poesia nas horas vagas. Ou seja, não sou ninguém. Ou, caso prefira, um mero conjunto maluco-explosivo de aspirações.

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