terça-feira, 17 de junho de 2008

Ninguém toma nenhuma “Providência”?!

“A esperança é o sonho do homem acordado” (Aristóteles)

A noite da última segunda-feira foi marcada pela violência. Correria, quebra-quebra, pedras voando, bombas de efeito moral, balas de borracha, tudo isso bem ali, no centro da cidade, ao lado da Central do Brasil.

O que era para ser uma manifestação acabou se tornando uma guerra entre militares e moradores do Morro da Providência. O motivo de tudo isso: a morte de três jovens que teriam sido levados por militares a traficantes de outra favela, no sábado, dia 14, após desacatar as autoridades.

Os protestantes saíram direto do enterro das vítimas e foram para frente do Comando Militar do Leste (CML). Cerca 200 pessoas participaram. Foram usados 10 ônibus, além de kombis, para o transporte.

É incrível, mas esse tipo de notícia já não me espanta mais. No Brasil, parece que principalmente no Rio de Janeiro, a coisa está feia. A violência está em todo canto e a solução me parece cada vez mais distante...

Enquanto isso se vota a CSS, discute-se como serão as olimpíadas de 2016, compram-se novos bondinhos para o Pão-de-açúcar... Mas e a segurança? "cadê"?

O ministro da Defesa, Nelson Jobim apareceu hoje na Providência e pediu desculpas públicas às famílias dos jovens que foram mortos. Mas, e daí? Isso vai adiantar alguma coisa? Em que isso vai mudar a política de segurança nacional?

Agora, as investigações continuarão sendo feitas. E nós, devemos continuar aguardando. Sem perder a esperança em possíveis mudanças.

3 comentários:

Anônimo disse...

O exército não é treinado para fazer segurança pública, fui militar durante 4 anos e sei disso.
Os treinamentos são feitos com base em situação de guerra e na guerra, exceto em missões de paz como em Angola e Haiti, na maioria das vezes não se faz prisioneiros.
A impressão que me da com relação ao exercito nas ruas, fazendo o trabalho da polícia, é de total descontrole do governo com relações as forças de oposição, não me refiro a direita( antiga esquerda),mas ao tráfico, milícias, policiais corruptos,políticos indiferentes que só pensam no próprio bolso.
E por falar em bolso, podemos acrescentar que essa "nova" cpf 007( 007 por causa do disfarce)esta preocupando mais o governo do que a morte de três jovens favelados e cá pra nos, todos sabem que esse novo imposto, assim como o antigo, não será usado na saúde pública, mas será aplicada a saúde do público que habita os corredores do governo.
E a "providência"? Espere sentado porque em pé cansa.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Definitivamente os papéis sociais estão invertidos. O que aconteceu é, de fato, um descontrole do governo e uma cidade sitiada pela confusão. Confusão não apenas com relação à violência, mas principalmente com relação às funções exercidas por cada um como cidadão,como profissional, como indivíduo.
E sinceramente, não creio que nos caiba apenas culpar as autoridades, já que sabemos que é necessário muito mais do que isso para que de fato alguma atitude seja tomada para reverter a situação. O que ocorre é que as pessoas não sabem reivindicar sem fazer baderna. Aqueles que reclamam da violência também são os primeiros a usá-la durante as manifestações. Não é uma questão apenas física; também considero o vandalismo como forma de violência.
O que não justifica, nem substitui a ação daqueles que deveriam estar nos protegendo, e não compactuando com a falta de moral e ética.
É um panorama crítico e desesperador; dá a sensação de impotência e de sermos meros espectadores do desespero alheio. Nos cabe questionar: o que podemos mudar?