terça-feira, 24 de junho de 2008

A palavra é do Visitante

Participação: Zélio de Castro

A importância de se escrever bem

Hoje, neste mundo em transformação, onde a velocidade dos acontecimentos e das informações nos assusta e deixa confusos, faz-se indispensável, cada vez mais, a indagação: o que é escrever bem? Em que consiste? O que se chama "a arte de redigir"?

Antes de tudo, escrever bem se refere à habilidade de dominar a - tão decantada pelos gramáticos - norma culta da língua. Tal característica, a de manejar com competência e eficácia a língua materna, o usuário só pode adquirir mediante um estudo mais aprofundado de suas "regras", as quais nada mais são do que os fatos da língua organizados e distribuídos de forma lógica e sistematizada.

Em um mundo globalizado, em que a comunicação se dá por meio de instrumentos nunca antes verificados e com características tão diversas, prezando muitas vezes pelo imediatismo, é fundamental atentar para critérios tais como adequação e contextualização. Claro está que não são os únicos.

Por adequação entendemos o juízo que se faz da aplicação do melhor registro de linguagem à determinada situação (registro mais "tenso" nas mais formais ou "distenso" ou coloquial naquelas onde se permite) e a contextualização, que nos remete a saber aplicar este ou aquele uso individual da língua - "parole" no dizer de Ferdinand de Saussure, o pai da Lingüística - de acordo com a contextualização maior, envolvendo crivos de juízo como a situação de uso, o meio de comunicação onde se veiculará a mensagem, em resumo: o uso correto na situação certa.

Vemos o quão abrangente se torna, em nossos dias, o conceito de "escrever bem", porém o que verificamos, cada vez mais, é o quanto desse conceito depende a boa comunicação, o adequado uso do idioma e, em nosso caso, a responsabilidade de fazer da matéria-prima de Camões um recurso viável em plena "Era da Globalização", em que os mais eficientes poderão subsistir.


Zélio de Castro é bacharel e licenciado em letras pela UERJ, laureado em língua Italiana pelo Consulado Geral da Itália no Rio de Janeiro, pós-graduado em educação pela Pontifícia Universidade Católica do RJ, professor concursado do ensino fundamental da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro e ex-professor da rede particular de ensino.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acredito que o vocabulário dos jovens não é muito extenso por falta de leitura. E isso traz consequências quando é preciso utilizar a norma culta da língua. Eu, particularmente, tenho gosto por leitura. Sempre fui bastante estimulada pelos meus pais a ler gibis, livros infanto-juvenis e tudo mais. Muito do vocabulário que tenho, hoje, é derivado principalmente de livros espíritas, que utilizam palavras bastantes rebuscadas.E é também uma questão de hábito. As crianças já nascem "batendo papo" no MSN e usando a linguagem internauta.